Isto nos deixou, tanto a ela quanto a mim, um pouco confusas.
Não foi falta de desejo de nossos anfitriôes, foi simplesmente que o evento não conseguiu ser realizado.
Isto nos deixou mais confusas ainda, a ela e a mim.
Então, eu e a Soledad saímos para conhecer as cidades pelas quais estivemos e compreendemos que se bem não contamos nossa história, estivemos lá para escutar as histórias dos nossos amigos.
Em Barão Geraldo, ficamos na casa de Flávio, Patrik e Emerson. Tanto eles quanto nós estávamos muito ocupados. Eles, todos, prestes a ser doutores e nós ajeitando nossa viagem. Nos nossos descansos nos encontrávamos na cozinha para comentar, rir e tomar um bom café.
Ah! sempre as cozinhas!
Nosso novo lugar no mundo |
O escritório |
Os postos de gasolina no Paraná. |
Chegamos em Londrina, e nosso amigo André nos recebeu. Desde nossa chegada, sentimos a amabilidade da cidade. Sempre que chegamos em um lugar novo, somos surpreendidos pela organização que nos parece desconhecida. Mas, em Londrina, foi diferente. Digo amabilidade, porque ainda que chegamos em Londrina às 17h (horário pico) conseguimos encontrar os diversos lugares que precisávamos e tudo com muita calma.
A Matilda, por sua vez, conheceu muito bem a noite de Londrina (ficou na rua). No início sentiu saudade da garagem dos meninos em Barão, mas uma vez que o primeiro camiâo passou, ela logo ficou batendo um papo e foi convidada para uma cachaça.Nós, com André, conhecimos seres lindos:
Na sua casa, cheia de espaço para ensaio conhecemos Paola, atriz e diretora de teatro, um ser cheio de alma carinhosa que está trabalhando com André no seu solo.
Conhecemos as meninas, Luciana e Flávia. Elas nos convidaram na sua casa e a Mati teve sua primeira experiência de entrar em um condomínio fechado e o fez de uma forma triunfal. Com certeza, era a primeira vez que se escutava o motor da kombi por essas bandas.
Nós, na casa do André, nos apropriamos da cobertura, onde montamos nosso escritório para nos comunicar com o mundo e produzir a viagem.
E, como sempre, André estava cheio de projetos. Desde que o conheço, foi assim. Mas, desta vez, alguma coisa mudou. Ao invés de ouvir André falar sobre os projetos com outras pessoas, ele me relatou sobre sua próxima experiência cénica que trata sobre as mulheres que ele conheceu e lhe marcaram.
Com esta sensação de quanto as pessoas nos deixam suas pisadas no coração...
saímos de Londrina, sem paro cardíaco, mas apenas com o coração preenchido de re-encontros.
Claro, que antes de sair de Londrina, deixamos André no dentista. Questões de saúde.
A lua em Paraná |
E, chegamos em Foz, na casa de Maria. Maria é professora da UNILA (Universidade da Integração Latinoamericana). Esta Universidade é um projeto de ensino e pesquisa interdisciplinar e bilingue. Que melhor lugar que Foz, onde você toma sorvete em Puerto Iguazú na Argentina e faz compras em Ciudad del Este no Paraguai. Isto, claro, falando de mim e para mim, que sou "pseudoalta" e "pseudobranca". Mas existem outras realidades nestas cidades fronteiras, com por exemplo: a nação Guarani vivendo na tripla fronteira. Sobre isto, Maria e outros professores da Universidade estão criando projetos de extensão. Quando terminei meu mestrado, eu quis me afastar da academia. Sentia que aquele tempo de estudo e reflexão só faria sentido ao realizar esta viagem. Maria, me mostrou um outro caminho, me ensino quanto a academia pode ser um lugar para criar relações humanas e refletir sobre o que nos rodeia.
Anatol e Maria comendo alfajores... delícias da fronteira! |
As plantitas de Maria |
Também conhecemos Simone que estuda políticas linguísticas e realiza sua pesquisa de campo na
UNILA. Ela nos apresentou a padaria com WiFi maravilhoso, que permitiu que postasse esta história. Também conseguimos subir o vídeo de Maria, monólogo para quatro objetos (disponível em: http://vimeo.com/26538173 )
Todas essas pequenas histórias que eu e a Soledad escutamos, nos encheram de experiência: aprendemos, sorrimos, reinventamos e, sempre, com um aperto no coração, nos despedimos.
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